Embora
ninguém tenha vista Cristo fazer nada, mesmo porque um estudioso está dizendo
que ele nunca existiu, e se assim for não poderia mesmo ter feito nada. Apesar
de tudo isto, e admitindo estarem certos os enchedores de igrejas, o trabalho que
eles afirmam ter sido feito por Cristo, na realidade, foi muito pequeno
levando-se em conta o grande poder que os inocentes religiosos lhe atribuem. Alguém
que pensa pensou sobre isso e concluiu que Cristo deveria ter curado a cegueira
em vez de curar apenas o cego. É uma grande verdade para quem pensa. Como todo
inocente, antes de me tornar menos inocente como sou hoje, há cerca de sessenta
anos, quase que por obrigação moral segundo minha ignorância, fui assistir ao
filme sobre a vida de Cristo e me lembro perfeitamente de me ter ocorrido haver
algo de errado quando ele curou dois ou três leprosos apenas entre muitos.
Mas,
fazendo uma condescendência à burrice e admitindo ter Cristo feito muita coisa
por esta humanidade constituída de pobres diabos que nada sabem da vida, cujo
atestado de burrice foi passado pelos Grandes Mestres do Saber, estes pobres
coitados devem despertar para o fato de que hoje quem faz as coisas que Cristo
fazia em troca de oração, quer dizer, quem alivia o sofrimento alheio
atualmente não quer saber desse negócio de Deus te pague e cobra uma grana que
poucos podem pagar. Tem mais aquele negócio de devolver a ajuda com oração,
não. Além disso, uma vez que Cristo só curava no máximo um ou dois de cada vez,
com o pouquinho de gente que havia naquela época até que dava para aparecer o
resultado do trabalho dele. Entretanto, hoje, com cerca de sete bilhões e
duzentos milhões de bichos humanos para serem atendidos, de nada valeriam os
préstimos do Dr. Cristo, razão pela qual os pobres de espírito aprenderão embora
tardiamente que todos dependem exclusivamente do dinheiro. É por isso que de
nada adianta ir para as igrejas porque o dinheiro está nas mãos das autoridades
e é cá que se deve prestar atenção. É verdade que nas igrejas também há muito
dinheiro, mas é outra história. O que nos interessa é aquele que vai formar um
bolão chamado erário. Esta palavra muito mais importante para o bem-estar
social do que todas as religiões do mundo, não obstante sua importância, a
palavra erário é totalmente desconhecida da massa requebradora de quadris. Os papagaios
que papagaiam imbecilidades nos microfones costumam falar em erário público, o
que significa desconhecimento do significado da palavra, porque ela já envolve
o elemento público. Nem poderia deixar de ser público visto ser o resultado das
contribuições que cada um entrega ao governo para as despesas com a administração
pública. Assim, não tem um dono específico porque pertence a todos, embora
pareça pertencer a ninguém dado o descaso que merece de seus donos tão bobos
que podem ser enganados tão facilmente como se enganam as crianças a quem um
pirulito tem o mesmo significado que tem para os bobos as igrejas, os campos de
futebola, o axé, as “celebridades”, os “famosos”, as notícias sobre quem tá
comendo quem, sobre o resultado do exame de urina do jogador de futebola,
pelaí. Nem sequer desconfiam os bobos da necessidade de se cuidar do erário do
mesmo modo como se cuidam dos filhos, ou melhor: o erário merece cuidados ainda
maiores que os dispensados aos cachorrinhos e aos gatinhos que exigem cuidados
maiores do que o dispensado aos filhos.
Como disse um
sujeito que pensava até com o bigode, é preciso escrever em todos os muros do
mundo a necessidade de proteger o erário da sanha dos piores tipos de
caracteres existentes, aqueles que a sociedade paga para protegê-la e que se
transformam nos ladrões desta sociedade, atitude mesquinha de refutar os
valores morais, levando junto consigo a sociedade para a vala das imoralidades através
do caminho das indignidades. O espírito de rato que caracteriza o brasileiro se
propagou de cima para baixo. Como nunca encontrou obstáculo em seu caminho, se
transformou em praga de difícil combate. Quando alguém tenta impor moral à
devassidão em que se tornou a sociedade brasileira, é logo defenestrado,
espezinhado, perseguido, como está sendo o doutor Joaquim Barbosa por enfrentar
de peito aberto os quadrilheiros que os outros juízes juraram de pé junto que
não são quadrilheiros. Esta situação é inteiramente descabida e deixa apreensivo
quem pensa porque se as autoridades encarregadas de proteger a sociedade passam
a proteger os inimigos da sociedade, esta juventude imbecil que toma imbecis
como líderes estará aprontando um futuro muito ruim para seus filhos. E
enquanto a sociedade afunda, a única força capaz de reerguê-la, a juventude,
está cuidando é de verdadeiras nulidades elevadas à categoria de gênios. Os
filhos dos atuais jovens não terão boas lembranças de seus pais, salvo se forem
tão curtos de inteligência quanto eles. Inté.
Nenhum comentário:
Postar um comentário