A não ser que apareça um Joaquim Barbosa para salvar a
juventude, ela estará... É isso mesmo o que ela estará. Pelo espetáculo
deprimente do depoimento no congresso de mais um lesa-pátria percebe-se não ser
mais possível continuar encoberta a trama imensa de ladroagem, torpeza, vilania
e canalhice dos mais variados tipos e modos a que está submetido esse povo
infeliz cuja serventia se resume a chorar, orar, dançar, matar e roubar. Quando
um ladrão de bilhões levanta da cadeira dos réus, outro logo ocupa seu lugar,
mas tudo não passa de artimanhas e as safadezas próprias do brasileiro. Entretanto,
para que a inquirição se resulta sempre em nada? É perigoso tanto escárnio em
cima desse povo só aparentemente pacífico, como prova o número de cinquenta mil
assassinatos todo ano. Os exemplos do passado devem servir de alerta ao
presente. Quem não tiver certeza disso que pergunte ao governador de São Paulo
o que foi que ele quis dizer quando disse que vai faltar guilhotina. O que se
viu hoje no congresso foi com certeza absoluta um dos motivos pelos quais o
governador disse o que disse. Ali, mais uma vez, ficou mostrado publicamente que
a riqueza do país está sendo dilapidada brutalmente. O erário se assemelha à
carniça avidamente devorada pelos urubus. Há uma espécie de urubu que também
tem colarinho branco e é chamado urubu-rei. Tal qual seus colegas que se servem
do erário, são os primeiros a se servir no banquete. Esta situação pode
provocar a ira da manada e quem vai pagar são as pobres crianças. É de fazer dó
a situação daquelas criancinhas afogadas por terem seus pais fugido com elas da
morte por violência religiosa para cair na morte por afogamento no mar sem que
nenhuma proteção divina velasse por elas. Se o sofrimento corresponde a uma
desobediência aos preceitos divinos, como afirmam os religiosos em seu
desligamento da realidade da vida, por que penalizar uma inocente criança sem
discernimento para saber o que é preceito divino a ser observado? Não há limite
para a crueldade de quem nada sente ante o sofrimento alheio, sobretudo das
inocentes criancinhas.
Durante o depoimento no congresso, foi estarrecedor do
ponto de vista da sensatez a fala de um deputado da boca de chupar ovo que
pensa ser todo mundo tão imbecil quanto ele. Como pode alguém afirmar haver
algo de bom num país que proporciona um espetáculo daquele de que o deputado
ridículo participava? Estes parasitas levarão a sociedade à derrocada. Vomitam
suas sandices com total despreocupação com a certeza de que todo mundo vai
concordar com sua estupidez e ignorância de sociabilidade. Do mais indigno e
insignificante politiqueiro à maior autoridade do país, todos sem exceção estão
a anos luz da realidade em seu mundo ricamente fantasioso e totalmente imune às
experiências amargas a que estão submetidos aqueles que não fazem parte da
corriola. Quando se anunciou a descoberta dos bilhões surrupiados na Petrobrás,
a maior autoridade do país, a presidente da república, disse com firmeza que
tudo seria apurado com rigor e que os culpados seriam severamente punidos. Entretanto,
está aí a imprensa noticiando que o ladrão depoente que nada disse agiu assim a
fim de proteger o governo. Isso deixa o sujeito completamente baratinado. Como
entender? Só se o governo participou da roubalheira. Mas, se participou, como
faz crer as notícias da imprensa, a presidente teria dito apenas por dizer que
tudo seria apurado, na certeza de que ninguém iria se ligar nestas coisas
quando há tanta igreja, axé e futebola pelaí, o que significa uma presidência
da república agindo para prejudicar seu país.
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