A
degradação dos valores morais e éticos chegou ao ponto máximo de baixeza a que
podia chegar. Ignorar que os tempos reclamam por mudança de comportamento
equivale a candidatar-se à promessa de guilhotina feita pelo governador de São
Paulo. Se o puritanismo e o apego às tradições são atitudes mesquinhas, burras
e negativas, também o é a imoralidade política e a apologia à prostituição e deturpação
dos assuntos sexuais porque isso tem tudo a ver com a saúde mental e física das
criancinhas rechonchudas. Mas, como nada escapa à vulgarização e baixaria
próprias da ignorância que sempre predomina nos ambientes onde em vez de
educação chega religiosidade, a sexualidade não podia deixar de também integrar
o cardápio das indecências que norteiam o comportamento desse reles ajuntamento
de trogloditas barulhentos e inescrupulosos chamado impropriamente de sociedade,
sociedade brasileira, para vergonha do pedacinho quase invisível do Brasil que
tem vergonha. Os costumes dos antigos tempos resistem ainda aos novos e sadios costumes
de que os novos tempos dão notícia. Já existe quem não concorda em tornar
irrespirável o ar em troca de dinheiro para ser mostrado na revista Forbes. Já
se entende não dar certo comer comida com veneno que vai para o leite materno,
que vai para a corrente sanguínia da pobre mãe, que vai prejudicar a saúde do
rebento para o qual a inocente mãe coitada acredita estar fazendo o melhor para
ele. A água que se bebe, então, para saber sobre ela basta pedir ao amigão
Google: O MÉDICO FALA SOBRE ÁGUA. Mas, desponta no horizonte social o
convencimento de recusar produzir a própria infelicidade, e ela veio para ficar
porque o tempo das coisas ao contrário está com os anos contados. Nos velhos
tempos as mulheres apareciam lindas na televisão com cabelos encantadores
parecendo nuvem. As todas as outras mulheres do lado de fora da televisão
lotavam os salões de beleza, tomavam um banho de veneno e saiam esplendorosas e
tranquilas. Atualmente, com os novos tempos, elas continuam lotando os salões,
mas já sem tranquilidade porque o envenenamento está mostrando seu lado de
monstro.
Nestes
novos tempos, os pais diligenciarão na orientação dos seus filhos,
ensinando-lhes o contrário do que ensinaram a eles. Em vez de ensinar ao filho
o que é religião, ensine o que é erário. Assim é a verdade que o tempo velho
conseguiu esconder até hoje, e o resultado do trabalho do tempo velho é que está
aí na imprensa a propaganda de um livro da capa ilustrada pela figura de uma
mulher seminua, deitada com as pernas abertas, e um sujeito com a boca quase na
sua xoxota. Outro livro tem por ilustração duas adolescentes com as bocas quase
coladas uma na outra e com ar de sensualidade. Esta manchete, então, deve ir
para o museu como relíquia da mais baixa qualidade moral que se pode atingir: FAMOSOS
CONTAM O QUE JÁ FIZERAM ENTRE QUATRO PAREDES. É verdade! Tem um cara lá dizendo
que cheira calcinha suja. São estas as qualidades que nesse país de bichos faz
alguém ficar famoso. Agora, você aí que é pai ou mãe, não lhe passa pela cabeça
que isto é uma brutal agressão à formação moral dos seus filhos? Certamente não,
porque no lugar da cabeça está a televisão, corte suprema das imoralidades.
Quando um
cavalo, um boi ou um jumento se depara com um incêndio, sua atitude é de
completa indiferença porque não lhe ocorre a possibilidade de fome pela
destruição do pasto. Desse modo é o comportamento de imbecis que diante do
iminente perigo de desarrumação social que ameaça os filhos que dizem amar,
permanecem na mesma indiferença burra a qualquer outra coisa que não seja dinheiro,
religião, axé e futebola. É preciso escrever em todos os muros do mundo, como
disse o bigodão, que a deterioração mental é resultado de ação premeditada.
Desde a formação do primeiro grupo humano pintou alguém com esperteza de
aproveitar sua capacidade de convencimento e disso tirar proveito, o que não
poderia acontecer sem enganar. Pois, essa capacidade de enganar foi cultivada,
estudada, ensinada, ampliada e aperfeiçoada com tal requinte que a ninguém
interessa questionar o fato de estar sendo enganado. É engano ser encarado como
normal a situação de alguém morrer de fome e alguém fazer pose na revista
Forbes. Mas ninguém se incomoda se é assim porque esta é a visão de um tempo tão
longo que virou um costume entortado que de agora em diante vai ser
desentortado pelos novos tempos que prometem trazer sabedoria em lugar de
burrice, paz no lugar das guerras e conhecimento no lugar da religiosidade.
Aliás, se não precisa intermediário para prosear com Deus, então, que cada um
faça seu proseamento de sua casa porque assim pode usar a riqueza do aparato
religioso inútil contra a ignorância que leva à religiosidade, ao axé e ao
futebola.
Vários são
os sinais dos novos tempos. Nos velhos tempos era honroso ser um banqueiro, um
deputado ou um senador. Hoje? Ah! Se um deputado ou um senador aparecer numa
feira livre vai levar banho de restos de verduras. Que dizer do banqueiro?
Virou uma nódoa tão nojenta que dona Dilma e dona Marina se digladiam na
disputa do título de quem tem mais nojo de banqueiro. Pois é. Tempos novos, é
isso aí. Inté.
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