sábado, 13 de setembro de 2014

ARENGA CINQUENTA E SEIS


 

A degradação dos valores morais e éticos chegou ao ponto máximo de baixeza a que podia chegar. Ignorar que os tempos reclamam por mudança de comportamento equivale a candidatar-se à promessa de guilhotina feita pelo governador de São Paulo. Se o puritanismo e o apego às tradições são atitudes mesquinhas, burras e negativas, também o é a imoralidade política e a apologia à prostituição e deturpação dos assuntos sexuais porque isso tem tudo a ver com a saúde mental e física das criancinhas rechonchudas. Mas, como nada escapa à vulgarização e baixaria próprias da ignorância que sempre predomina nos ambientes onde em vez de educação chega religiosidade, a sexualidade não podia deixar de também integrar o cardápio das indecências que norteiam o comportamento desse reles ajuntamento de trogloditas barulhentos e inescrupulosos chamado impropriamente de sociedade, sociedade brasileira, para vergonha do pedacinho quase invisível do Brasil que tem vergonha. Os costumes dos antigos tempos resistem ainda aos novos e sadios costumes de que os novos tempos dão notícia. Já existe quem não concorda em tornar irrespirável o ar em troca de dinheiro para ser mostrado na revista Forbes. Já se entende não dar certo comer comida com veneno que vai para o leite materno, que vai para a corrente sanguínia da pobre mãe, que vai prejudicar a saúde do rebento para o qual a inocente mãe coitada acredita estar fazendo o melhor para ele. A água que se bebe, então, para saber sobre ela basta pedir ao amigão Google: O MÉDICO FALA SOBRE ÁGUA. Mas, desponta no horizonte social o convencimento de recusar produzir a própria infelicidade, e ela veio para ficar porque o tempo das coisas ao contrário está com os anos contados. Nos velhos tempos as mulheres apareciam lindas na televisão com cabelos encantadores parecendo nuvem. As todas as outras mulheres do lado de fora da televisão lotavam os salões de beleza, tomavam um banho de veneno e saiam esplendorosas e tranquilas. Atualmente, com os novos tempos, elas continuam lotando os salões, mas já sem tranquilidade porque o envenenamento está mostrando seu lado de monstro.

Nestes novos tempos, os pais diligenciarão na orientação dos seus filhos, ensinando-lhes o contrário do que ensinaram a eles. Em vez de ensinar ao filho o que é religião, ensine o que é erário. Assim é a verdade que o tempo velho conseguiu esconder até hoje, e o resultado do trabalho do tempo velho é que está aí na imprensa a propaganda de um livro da capa ilustrada pela figura de uma mulher seminua, deitada com as pernas abertas, e um sujeito com a boca quase na sua xoxota. Outro livro tem por ilustração duas adolescentes com as bocas quase coladas uma na outra e com ar de sensualidade. Esta manchete, então, deve ir para o museu como relíquia da mais baixa qualidade moral que se pode atingir: FAMOSOS CONTAM O QUE JÁ FIZERAM ENTRE QUATRO PAREDES. É verdade! Tem um cara lá dizendo que cheira calcinha suja. São estas as qualidades que nesse país de bichos faz alguém ficar famoso. Agora, você aí que é pai ou mãe, não lhe passa pela cabeça que isto é uma brutal agressão à formação moral dos seus filhos? Certamente não, porque no lugar da cabeça está a televisão, corte suprema das imoralidades.

Quando um cavalo, um boi ou um jumento se depara com um incêndio, sua atitude é de completa indiferença porque não lhe ocorre a possibilidade de fome pela destruição do pasto. Desse modo é o comportamento de imbecis que diante do iminente perigo de desarrumação social que ameaça os filhos que dizem amar, permanecem na mesma indiferença burra a qualquer outra coisa que não seja dinheiro, religião, axé e futebola. É preciso escrever em todos os muros do mundo, como disse o bigodão, que a deterioração mental é resultado de ação premeditada. Desde a formação do primeiro grupo humano pintou alguém com esperteza de aproveitar sua capacidade de convencimento e disso tirar proveito, o que não poderia acontecer sem enganar. Pois, essa capacidade de enganar foi cultivada, estudada, ensinada, ampliada e aperfeiçoada com tal requinte que a ninguém interessa questionar o fato de estar sendo enganado. É engano ser encarado como normal a situação de alguém morrer de fome e alguém fazer pose na revista Forbes. Mas ninguém se incomoda se é assim porque esta é a visão de um tempo tão longo que virou um costume entortado que de agora em diante vai ser desentortado pelos novos tempos que prometem trazer sabedoria em lugar de burrice, paz no lugar das guerras e conhecimento no lugar da religiosidade. Aliás, se não precisa intermediário para prosear com Deus, então, que cada um faça seu proseamento de sua casa porque assim pode usar a riqueza do aparato religioso inútil contra a ignorância que leva à religiosidade, ao axé e ao futebola.

Vários são os sinais dos novos tempos. Nos velhos tempos era honroso ser um banqueiro, um deputado ou um senador. Hoje? Ah! Se um deputado ou um senador aparecer numa feira livre vai levar banho de restos de verduras. Que dizer do banqueiro? Virou uma nódoa tão nojenta que dona Dilma e dona Marina se digladiam na disputa do título de quem tem mais nojo de banqueiro. Pois é. Tempos novos, é isso aí. Inté.

Nenhum comentário:

Postar um comentário