sábado, 20 de setembro de 2014

ARENGA CINQUENTA


A sanha dos avarentos por dinheiro está destruindo o mundo, e não é justo que os demais seres humanos sejam obrigados a esperar até que não haja mais água prá beber, comida prá comer e ar prá respirar. Não é justo se submeter a uma estupidez deste tamanho, mas a contestação leva os deformadores de opinião a cair de pau em cima dos contestadores acusando-os de vandalismo por não se enquadrarem no padrão “comportado” ou “conformado”, exigido pelos seus patrões, os donos do mundo, estes, sim, verdadeiros vândalos que destroem o futuro das crianças unicamente para juntar dinheiro bastante para fazer pose na revista Forbes. Entretanto, em razão da total inversão de valores que leva promotores de brincadeiras imbecis a virar milionárias celebridades paparicadas por todos, enquanto os promotores de educação vivem à míngua, em face de tão grave e perigosa distorção, aqueles que destroem o meio ambiente e provocam imprevisíveis consequências cujas evidências estão aí já se fazendo sentir, estes são considerados benfeitores da sociedade. Os que tem vida regalada à sombra de algum tipo de poder, por apego ao conforto que imaginam eterno, mas que tudo indica não durar muito mais, sentem-se ameaçados por quem luta em defesa do futuro das crianças, ignorando que a situação de bem-bom em que se encontram está ameaçada de ter que ceder lugar ao sofrimento resultante do procedimento antissocial e antinatural necessário à produção de grandes riquezas.

Os deformadores de opinião, obedientes às ordens dos seus donos ignorantes de sociabilidade e ávidos por dinheiro, fazem crer haver mérito em acumular riqueza sem limite, quando, na realidade, do ponto de vista da harmonia social, é nocivo tal procedimento. O papagaiamento para comprar isso e aquilo, deturpa a mentalidade dos jovens, tornando-os ávidos pelo aparelho mais rápido para futucar, chegando a enfrentar fila durante uma semana inteira para adquirir o último modelo a ser futucado. Nem sabem estes pobres de tudo, menos de dinheiro, haver possibilidade de resultar numa baita zonzeira na cuca quando passar a fase dos requebramentos.

É tanta coisa errada que chega dar preguiça só de pensar. O maior e mais grave de todos os erros em tudo isso, e que exige ser concertado o mais rapidamente é a separação entre autoridades e sociedade. Estão todos enganados. As autoridades se enganam em manter-se num mundo de riqueza e escândalos que vão se acumulando e criando animosidade nos deserdados do erário à medida que se repetem, o que acontece numa frequência tão assustadora e com tal naturalidade que as notícias fazem crer ao povo que a sociedade é administrada por bandidos cujos crimes são julgados por eles mesmos. Ante tal situação, como fica o futuro das crianças? A quantidade de dinheiro público transferido para contas particulares somam fortunas capazes de solucionar todos os problemas decorrentes da alegada falta de recursos. Do mesmo modo das autoridades, também se enganam os jovens ao se desligarem das atividades políticas, fonte do bem-estar ou do mal-estar social. Um povo em cujas veias corre sangue de rato não pode gerar pessoas com predicados nobres a quem se possa deixar a chave do cofre do erário enquanto se vai para a igreja, o axé ou o futebola. É preciso ajudar as autoridades na aplicação do dinheiro público por que elas foram enfeitiçadas pelo canto da sereia e acreditam viver um mundo encantado onde nada falta, ao contrário, tudo sobra. Certa vez foi feito um exame no lixo das casas das autoridades e foram encontradas iguarias finas descartadas. Para o bem das próprias autoridades e seus descendentes, agir com honestidade haveria de dar melhor resultado do que orientar seus filhos a seguirem os mesmos caminhos tortuosos da desonra que levou a política a se transformar em politicagem e passar a ser relatada nas páginas policiais.

É visível a manifestação de descontentamentos vinda de todos os setores da sociedade, sob a completa indiferença das autoridades e seus patrões, os ricos donos do mundo, figuras que também já começam a perder o antigo charme e admiração e são olhados com certa reserva. Os banqueiros, por exemplo, ninguém mais encara sua atividade senão como agiotagem. A diferença entre o agiota estigmatizado de usurário e punido pela lei e o banqueiro, é que este tem permissão do Estado para agiotar e arrancar lucros fabulosos do lombo de um povo tão facilmente enganado que prosa alegremente sobre axé e futebola durantes horas na tortura das filas intermináveis para entregar ao banqueiro dinheiro que levou.

Esse imbróglio que está armado aí não vai dar certo e a melhor coisa a ser feita é haver aproximação entre autoridades e sociedade. É total absurdo que assuntos de interesse social sejam mantidos escondidos da sociedade. Dá prá desconfiar de haver algo errado. Sobre a festança da copa e os bobalhões com bandeiras e faniquitos, repetindo seu papel de eternos bufões, todos os pais brasileiros, não só aqueles que escancharam seus filhos no pescoço para ensiná-los a ser também idiotas, quanto e principalmente o pai da criança de cinco anos que chorava copiosamente por causa da contusão de Neymar, deviam pedir ao amigão Google: “futebol e dinheiro – Como o Brasil vendeu a Copa”. Esta matéria está no jornal Le Monde Diplomatic Brasil,e é ilustrada com o desenho de uma lata gigante de marmelada representando um estádio de futebola. Nada mais do que papel de bobos. O choro do garotinho, por exemplo, não tinha razão de ser porque o pobre de espírito e milionário ou já bilionário de dinheiro, Neymar, segundo a reportagem, não sofreu nada grave, não passando tudo de armação. Que papel, hein seus babacas? Pode-se garantir também que os bobos da corte não sabem que pagaram uma fortuna em relógios milionários que a FIFA distribuiu entre os cartolas. Tudo por conta da macacada requebradora de quadris. Vamos tomar jeito de gente. Né não? Inté.

 

 

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