segunda-feira, 22 de setembro de 2014

GENERALIDADE E GENIALIDADE


Se houvesse um sistema educacional que em vez de ensinar mentiras ensinasse as verdades e as experiências acumuladas pela humanidade desde a fase de bicho peludo até agora quando se encontra na fase de bicho pelado, haveria grande quantidade de gênios pelaí. Sem necessidade de especular compêndios volumosos de estudiosos do assunto é possível ter uma leve noção de como o cérebro privilegiado faz do seu dono um gênio. O que se chama de gênio é quem é capaz de perceber coisas que as outras pessoas não percebem com a mesma facilidade. É que a capacidade do cérebro em acumular e processar informações neste tipo de pessoa é maior do que nas outras pessoas. Cada vez que recebe e processa uma informação, o cérebro privilegiado fica ainda mais privilegiado. isto é, aumenta seu conhecimento e sua capacidade de adquirir mais conhecimento. Assim, a genialidade nada mais é do que o resultado do acúmulo rápido de conhecimentos. Embora esta conclusão se pareça com a do senador que disse que nós somos o resultado daquilo que sempre fomos, diferencia-se, entretanto, porque cada conhecimento adquirido amplia ainda mais a capacidade cerebral de interpretar nova informação que traz novos conhecimentos, e assim sucessivamente numa progressão geométrica. Cada conhecimento amplia o campo para interpretações de novos conhecimentos. Como o cérebro casualmente privilegiado pela natureza tem capacidade de acumular em pouco tempo o que o cérebro comum pode demorar talvez séculos ou milênios para fazer a mesma coisa, o fato é que o mais comum dos cérebros também segue em câmara lenta a mesma evolução do cérebro privilegiado. Algum dia, até eu compreenderei a teoria da relatividade que até agora fico com uma interrogação na cabeça ao ouvir seu nome. A capacidade de interpretar informações existe no cérebro de todo ser humano. Quando orientado pela sabedoria o cérebro amplia com maior agilidade sua capacidade de interpretação. Ao contrário, quando orientado por bobagens como igreja, futebola e axé, seu desenvolvimento demorará a sair do nível rasteiro dos pés e alcançar as alturas sem limite dos pensamentos elevados como fizeram e fazem as pessoas geniais.

Considerando que a situação do mundo é insustentável, e que mais insustentável ainda é a situação do Brasil, embora esta insustentabilidade venha resultar em coisas ruins, os maiores prejudicados por elas, os jovens, permanecem alheios a tudo porque tiveram inutilizada sua capacidade cerebral de produzir pensamentos. A falta de exercício fez o cérebro morgar e transferir para a televisão a nobilíssima atividade de pensar, o que transformou os jovens em manés-gostosos controlados pela magia da luzinha e do plim- plim, totalmente desligados do rumo que as autoridades dão às atividades políticas. Está aí no Yahoo Notícias uma reportagem de um experiente jornalista americano dando contra de ter o governo do seu país provocado o acidente que matou Eduardo Campos. A finalidade, segundo a matéria, é contar com mais facilidade em dobrar dona Marina aos seus interesses escusos como impedir que o cérebro dos jovens adquira alguma inteligência e queira saber o motivo pelo qual a política dos Estados Unidos matou tantos políticos progressistas no Brasil. Se fizessem isso, iram chegar bem no lugar de onde saem todas as mazelas que são a causa da violência que ainda vai atingir quem ainda não o foi. Mas, apesar do risco iminente que lhes ameaça, os jovens nem mesmo sabem disso, e nem querem saber.

Deveria, entretanto, a juventude, querer saber de tudo que se refere à sua vida. Deveria querer saber o motivo pelo qual morre tanta gente em consequência do exercício de uma atividade tão simples quanto receber o dinheiro dos impostos e aplicá-los corretamente. Todo o sistema mundial de administração pública precisa ser desmontado e montado de forma menos burra, com as autoridades vivendo um mundo falso de conforto exagerado e o povo vivendo um mundo falso de exageradas necessidades sem que haja necessidade de ser assim porque recursos há de montão. Apenas mal aplicados.

Como a única força capaz de promover mudança é a força das ruas, e como quem está nas ruas é a juventude inútil, as autoridades que já tiveram a boca entortada pelo uso do cachimbo da corrupção, pegam os recursos de administrar, roubam o mais que podem e investem o resto em propagandas deformadoras de opiniões com tamanha força que palhaços e iletrados assumem posição de celebridades e famosos entre os jovens sem pensamento próprio, o que os torna presa fácil para as bobagens apregoadas pelos deformadores de opinião que impedem sua evolução espiritual. O resultado de tudo isso é uma juventude capaz de permanecer semanas em imensas filas para comprar um aparelho de futucar ou ingresso para requebrar os quadris, enquanto imensa riqueza é carreada do erário para os infernos fiscais. As notícias insistentes sobre as tais “celebridades” e “famosos”, pessoas que deveriam estar nos campos a plantar feijão, tem por objetivo conduzir a juventude para longe dos seus reais interesses, o que se tem conseguido com muito sucesso haja vista a condição de penúria intelectual dos jovens que nem mesmo sabem a distinção entre “come” e “comer”.

A força viva da sociedade, a juventude, está tão inutilizada que a título de propaganda eleitoral o governador do Rio de Janeiro declarou ter sido seu governo o que mais colocou gente na cadeia. Ora, isso deve ser entendido como uma propaganda ao contrário porque governo bom é aquele que organiza a sociedade tão bem organizada que não há necessidade de se colocar gente na cadeia. Depois, e muito grave, é o fato de serem quase todos jovens as pessoas presas que irão ter uma escola de criminalidade para treiná-los a odiar e atacar os filhos dos jovens futucadores e inúteis. Tal notícia causaria grande desconforto em uma juventude mentalmente sadia porque lugar de jovens é nas escolas e não nas cadeias. Entretanto, com a juventude que temos, tal estupidez dá votos e louvor. Não precisa pensar duas vezes para se concluir estar tudo às avessas. Para o bem de todos e felicidade geral, urge endireitar tudo. Inté.

 

  

 

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