sábado, 27 de setembro de 2014

ARENGA CINQUENTA E TRÊS


Qual será o futuro de uma sociedade na qual os rapazes gostariam de ser iguais a Neymar e Justin Bieber, enquanto as moças digladiam pelo direito de abrir as pernas para tipos desse tipo de pobres de qualquer outra coisa que não seja dinheiro, e elevados pela estupidez humana à categoria de deuses? Não é preciso nem raciocinar para saber a resposta a esta pergunta. É suficiente olhar o que se passa à volta. O que se vê nas ruas, na imprensa, por toda parte, é de deixar tristes aqueles que adquiriram um mínimo de conhecimento. Tudo que se vê é estupidez. O proselitismo do mais novo e sofisticado aparelho de futucar que os papagaios papagaiam nos microfones dia e noite, limita a atividade mental dos jovens ao comportamento da cola através de respostas anotadas num pedacinho de papel ou na mão. As tais “pesquisas” se tornaram o método de estudo mais em voga, transformando os jovens em completos idiotas incapazes do mais simples raciocínio lógico, como demonstra a admiração por ídolos de barro e de outros materiais. A falta de criatividade imposta pela pequena capacidade cerebral leva a juventude a sentir necessidade de “aparecer” de qualquer modo. Na sua capacidade criativa de imbecilidades criaram para sua aparência um termo chique e denominaram de “look”. Como a necessidade de exibição do seu “look” causava comichão, reuniram-se os jovens em assembléia de sábios que decidiu que nenhum dos lugares aprazíveis das cidades seria mais chamado de “lugar”, mas sim de “point”.

Como a capacidade criativa dos jovens não pára por aí, para ampliar a influência do seu “look”, a juventude deu um jeito ou permitiu que as coisas fossem ajeitadas para disfarçar um tipo de prostituição através do qual as jovens exibem sua nudez como vantajosa fonte de renda uma vez que a prostituição sempre envolve dinheiro. Por qualquer casualidade, a jovem que por um motivo venha a chamar a atenção da sociedade, imediatamente ela aparecerá pelada pelaí. A pose para fotos é feita com a bunda, os espetáculos musicais que o instinto de macaco prefere chamar de “shows” visam mais expor as partes íntimas do que o desempenho artístico. Há uma pianista pelaí que toca nua, prova maior de ser o verdadeiro interesse mostrar o corpo visto que não só para nós os homens, mas também para as mulheres cujos hábitos alimentares estão mudando outros hábitos, o corpo de uma mulher nua atrai mais a atenção do que melodias por mais encantadoras que sejam. Duas circunstâncias identificam a juventude àqueles dois jovens ricos de dinheiro e pobres de espírito que podem até ser boas pessoas, mas que tiveram deformado seu caráter pela cultura do TER. Uma destas circunstâncias é a estreiteza de conhecimento que não permite nem a uns nem a outros saber a diferença entre “come” e “comer”. Outra coisa em comum entre todos é a fome de dinheiro. Ela determina ao jovem estudante a profissão a ser exercida. A vocação foi substituída pela possibilidade de ganhar tanto dinheiro quanto possível, e uma boa forma de fazer isso é não ter escrúpulos.

A isso foi reduzida a juventude pela ação criminosa dos pais, responsáveis por preencher o vazio mental de suas crianças com falsidades que os levam ao desinteresse daquilo que mais deveria lhes interessar que é a organização da sua sociedade. Em vez disso, as crianças são orientadas para crenças religiosas, imoralidades, violência, desconhecimento de sociabilidade, educação doméstica e solidariedade humana, requisitos sem os quais forma-se manada em vez de sociedade. O adulto é o resultado do que lhe foi a criança, razão pela qual se diz que cada moeda gasta com educação economiza mil moedas com despesas decorrentes da deseducação. A inocência das crianças deve ser substituída por sabedoria antes que a burrice ocupe seu lugar. Isto me ocorreu ao presenciar o comportamento de um garoto de seis anos, sobrinho da minha mulher. Chama-se Luiz Augusto e é um garoto bonito, simpático e espertíssimo. Tão esperto é o garoto que uns rapazes que trabalham numa borracharia perto de sua casa ficaram seus amigos e admiradores, fazendo questão de sua presença quando por lá ele aparece sempre que escapole. Pois bem, de ver os rapazes recebendo dinheiro, o garoto disse à mãe que iria ser borracheiro quando crescesse. É está inocência que os pais em vez de substituir por compreensão da vida, substituem pela necessidade de ser rico, de ir à igreja, de não se interessar pelo destino de sua sociedade. Enfim, ensinam a criança a se tornar um brasileiro, povo visto pelo mundo como de qualidade tão inferior que o denomina de “cucaracha”. Esta é a razão pela qual a sociedade se encontra num estado de barbaridade tão grande que se tropeça em pedaços de cadáver pelas ruas.

Encontra-se a juventude num verdadeiro torpor mental, como se vacinados contra inteligência e bom senso. Não pode estar normal a saúde mental de quem procura diversão em meio à guerra civil em que nos encontramos. Entretanto, apesar dos horrores, os jovens, feito completos idiotas, procuram ser vítimas de violência ao se exporem pelas madrugadas em busca de diversão. Divertir é próprio dos jovens, mas ninguém de sã consciência iria se divertir num campo de batalha. Com certeza falta algo em quem frequenta qualquer evento cuja animosidade faz necessária a presença de batalhões de policiais bem armados. Vai ver, pode ser tudo de outro jeito. Inté.   

 

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